A Moça da Cafeteria

A Moça da Cafeteria

A Moça da Cafeteria

Me olhou com aqueles olhos de pura picardia

E eu, desperto, um pouco pelo cheiro de café,

Muito pela a imensidão do decote, que ela me servia...

Ficava a tecer sonhos vãos, navegando no vão

Entre o vapor e a Poesia...

A Moça da Cafeteria

Me olhou com aqueles olhos de quase meio-dia

E eu, entre a xícara, que o meu sangue fervia,

E o remeleixo açucarado do justíssimo tailler,

Me embebia...

A Moça...

Ai! A Moça da Cafeteria...

Fez do meu coração expresso, pura taquicardia

E eu ficava ali, palpitante (a cafeína e a moça, nem sei qual das duas me tirava

Mais o sono, e me alegrava mais o dia)...

A Moça...

E que moça, essa da Cafeteria!!!

Me arrebatou com seus olhos de maníaca euforia

E me deixou em sobressalto. O sabor da rubiácea, agora,

Não era mais que um detalhe, pura alegoria...

E me deixava tonto, encabulado, capuccino, atrapalhado,

Cada vez que ela sorria...

A Moça da Cafeteria...

Mas... a moça da cafeteria...

Sumiu pra dentro do balcão, quem diria?

Sem me dar a chance de lhe fazer um convite...

E eu tomei meu café num só gole

E fui embora, pensando na minha gastrite...

Antonio Sciamarelli

Rio, 10/01/2007

Antonio Sciamarelli
Enviado por Antonio Sciamarelli em 25/03/2007
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