De Sempre Te Querer

Não me digas de esperas.

Quando o amor se anuncia

Sempre há uma urgência

De mãos que buscam palavras

Lábios que suspiram olhares

Abraços que tremem saudades

Ama-me agora

Que o corpo confessa tua falta

E o coração te escolhe como caminho.

Esvazia-me das tuas ausências

Habita a solidão dos meus beijos

Apossa-te dos meus devaneios secretos

Emudece os sons da distância

Esquece-te desta crença nos acasos

Não nos entregues ao abismo do talvez

Aos passos ensandecidos do tempo

Quando me falas, eu bem percebo

Que te provoco os dias, a calma

Desentende-te com teus silêncios

Resigna-te a admitir que minhas mãos

Envoltas em cheiros, sedas e versos

Afloram e instigam os teus anseios

Já me tens a alma com teu nome lavrado

Despe-me então, dos meus murmúrios e ais

Conjuga meus desejos indizíveis

Soletra minha pele com teus dedos

Não deixes que persistam vontades

Dilui-te em minha taça de êxtases

Ama-me agora, posto que sou mar

Tragada por teus braços e pernas

Deita teus cansaços em meu colo

Onde repousam ternuras e aragens

Deixa que minhas retinas

Te guiem para a vida e sonhos

Acolho tuas doçuras insones

Como quem precisa da eternidade

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 30/03/2007
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T431089