Vida vista pela janela...(cenas de um tempo sem sentido...)

Malas desfeitas, réstias rosadas

Bordam tons diversos a cortina

As lágrimas descem pelos sinos

Sons de pássaros, cristais de asas

Partem as porcelanas do destino

No poente da tarde azulada.

Outonos descansam nos ipês

Flores amarelas da estação passada

(como são inúteis os álbuns de fotografia!)

a vida dança e chora nas folhas mortas

nas caladas calçadas, entre rosas,

almas, orações e lamentos

é preciso que chova as águas de março

é preciso nos lavarmos de nós mesmos

já é inútil usar a escada de incêndio

já não há saídas de emergência

só meninos nos semáforo

equilibrando o universo todo

no riso alucinado e colorido

das bolas de malabarismo.

Tonho França.

Tonho França
Enviado por Tonho França em 31/03/2007
Código do texto: T432990