Olhando para trás

Olhando para trás

Já faz tempo que ando para trás

Que observo as costas do mundo

Que transcedentalmente tudo me chega

No limiar de tudo deparo-me em ser

Em ter a superação de todos os meus subterfúgios

Sem deixar meu suspiro

No pulmão alheio

Não estou aqui para fazer parte

Dos seus terceiros planos

E nem para virtuosamente

Vencer tudo que me for maléfico

Fragilizo-me com palavras rudes

Abato-me com a maldade

Tanto alheia quanto minha

Não temos como escapar...

Faz parte de toda essa franqueza ausente

De toda essa mendicância de afeto

Onde não temos coragem de nos mostrar

Por pura defesa

Nesse mundo as avessas

Onde tudo se procura

Onde tudo se é possível

Onde tudo se é cabível

Onde nada se acha

Entre anormalidades corriqueiras

Tudo é supérfluo, indiferente.

Continuo meu caminhar...

Para trás.

Tentando achar qualquer resquício

De dignidade

Tanto minha quanto alheia

Senhora Morrison

13/02/2007

Senhora Morrison
Enviado por Senhora Morrison em 02/04/2007
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