Taça

A Rouse Maria, Lilipoeta, Paty

E quando os canários voam com o seu canto cor de vinho

Fecundam o meu vazio e queimam a minha alma

E os meus desejos viajam nas suas asas

Desencontrando-se no caminho do sol

São golpes, sou malhado a fogo

Quebro-me em pedaços de cristal

Aguardando a tua unha negra me reunir

Lançado a qualquer sorte

O gosto do vinho acre

Nesse momento é como o sangue

O terrível gosto de sangue e fel

Veja como são as coisas

Outrora o gosto da tua boca

Abandonado agora

Estilhaços

Rio sem rumo

E os canários retornam ao nada

Qual brasa afastada da fogueira.

Deijair Miranda
Enviado por Deijair Miranda em 20/08/2005
Código do texto: T43861