APERTEM OS CINTOS - O POETA ASSUMIU
A capacidade de encantar-se está rarefeita.
É preciso desinventar-se para reconstruir a involução redentora.
O olho do passarinho é a janela para a re-naturalização do olhar.
Voar dentro de si é primazia dos verdadeiramente livres.
Ter a coragem para planar sobre todos os medos e fitar nos olhos
a negritude dos receios é para poucos os pássaros. Não se intimidar
com a visão dos abismos íntimos é destreza ainda mais refinada.
Passarinhar o céu de nossas almas é o ofício do poeta; sua nave
é sua pena; seu destino: a imensidão do mistério humano.