MANUAL DE INSTRUÇÕES
A noite desce[sem remorso ]
No sono esqueço todos os pesadelos
Eis que outra manhã invade a fresta
Assim...sem querer...amanheço
Observo a palma da mão
Que servirá ao rosto exausto
Abro a janela de paisagem fria
Procuro como ar o que é real
A retina segue qualquer caminho
Duvidando de tudo o que existe
As vezes a multidão é exílio
E minha alegria é quase triste
Não sei. ..não sei...
Na derme que hospeda o tempo
Há um baú de recordações:
A casa antiga, de matizes azuis
Paredes frágeis e sombrias
Os corredores de silêncio sujo
Que abrigam culpas esquecidas
Como calar a dor
Que geme escondida
No porão da alma?
Como cessar a tempestade
Que inunda a memória
De rostos e frases
De promessas e adeus?
Não sei, não sei ...
Como todo escravo
Servindo a sua própria miséria
Trago os punhos livres
Mas mente atada ao que nunca será meu
Quem dera que a vida trouxesse
Um manual de instruções
Que ensinasse sobre a dificil arte
De atar os laços e desfazer os nós .