MANUAL DE INSTRUÇÕES

A noite desce[sem remorso ]

No sono esqueço todos os pesadelos

Eis que outra manhã invade a fresta

Assim...sem querer...amanheço

Observo a palma da mão

Que servirá ao rosto exausto

Abro a janela de paisagem fria

Procuro como ar o que é real

A retina segue qualquer caminho

Duvidando de tudo o que existe

As vezes a multidão é exílio

E minha alegria é quase triste

Não sei. ..não sei...

Na derme que hospeda o tempo

Há um baú de recordações:

A casa antiga, de matizes azuis

Paredes frágeis e sombrias

Os corredores de silêncio sujo

Que abrigam culpas esquecidas

Como calar a dor

Que geme escondida

No porão da alma?

Como cessar a tempestade

Que inunda a memória

De rostos e frases

De promessas e adeus?

Não sei, não sei ...

Como todo escravo

Servindo a sua própria miséria

Trago os punhos livres

Mas mente atada ao que nunca será meu

Quem dera que a vida trouxesse

Um manual de instruções

Que ensinasse sobre a dificil arte

De atar os laços e desfazer os nós .

Franciane Cruz
Enviado por Franciane Cruz em 02/09/2013
Reeditado em 10/05/2016
Código do texto: T4463152
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