Quando criança já muito sofria

Constatei que meus desejos inúmeros

Alguns, roubaram-me.

Passei toda a infância

Assim, que saco de pancada.

À minha frente, alguns sádicos ferozes

Por serem adultos e eu criança indefesa

Vomitavam seus dejetos sobre mim.

Hoje, na velhice cruciante

A maldição somente me persegue

Alguns sádicos daquele tempo

Mais outros que surgiram do nada

Também tão ferozes quanto aqueles.

Te., 04 de março / 2010

..............................................................................................

Francisca Miriam Aires Fernandes, em "Poemas Sem Título para Maria Miracir Aires de Carvalho", 1ª edição, CBJE, Rio de Janeiro, 2012 (Página 87).

..............................................................................................