Eu...

Eu sou à poesia inacabada,

O livro que não foi escrito.

A solitária estrela no céu da madrugada.

O segredo que não foi dito.

Eu sou a triste ave sem moradia,

Um marinheiro perdido no imenso mar,

Do inverno a forte ventania,

O personagem que algum dia todos irão recordar.

Eu sou o desenho sem cor,

Quem sabe se de alguém sou a saudade,

Em manhã de primavera abandonada flor,

Sou talvez a lembrança duma felicidade.

Eu sou o brilho do luar,

Talvez seja a ave da solidão,

Eu sou a saudade que o tempo não pôde apagar...

Talvez, ainda na mente de alguém não passe de uma ilusão.*

* Poema inspirado em poesia de mesmo título, da autoria da poetisa portuguesa Florbela D'Alma da Conceição Espanca.*

Carlos Boscacci
Enviado por Carlos Boscacci em 14/04/2007
Reeditado em 03/09/2016
Código do texto: T449572
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