A Insustentável Leveza... da Vida!
Por ora regateio contigo, vida,
Pois além, no suplicío abismo, a morte
Acena-me, caprichosa. Adeus morte,
Que levo nos meus olhos, ainda, a vida...
Se o fado não me quiser, nem a vida,
Serás a minha alegre sina, morte;
Ou a sorte de ofertar à branca morte,
O corpo de quem não me quis em vida.
Escolha não terei, bem sei... Ó vida!
Não chores por quem provocou a morte
Com cânticos que enegreciam a vida,
E eu não chorarei quem me trouxe a morte
Bordada em fios desdoirados de vida,
Pois antes de ser vida... já era morte!
Cristina Pires
Enviado por Cristina Pires em 16/02/2005
Código do texto: T4511
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