Germinal

(Margarete Jung, Vany Grizante, William E. Silva)

Bem bebido o vinho da idade

em pequenos goles diários,

a partir de hoje, no auge de mim,

posso me valer da

magia arriscada

que tenho aprendido:

usar a chave do cômodo

onde fica guardada

a semente do vento

das tempestades.

Feito o plantio

valho-me então da sabedoria

de abrir os braços em asas

e correr descalço na grama molhada

pela tempestade por mim plantada.

E me farto

e me deslumbro

em êxtase, em clímax profundo.

Bem aparadas as arestas do corpo

em lembranças iluminadas de esgueio,

a partir de hoje, e por indefinido tempo,

quero me fartar de

frutas e perfumes

retirados do quintal:

vislumbrar na penumbra

baça do amanhecer

um sol mais maduro

pronto para a colheita.

Margot Jung
Enviado por Margot Jung em 16/04/2007
Código do texto: T451993