Fado
De tanto ver horizontes
Minha alma deslocou-se para longes impensáveis.
Segui pássaros em tardes chuvosas em revoadas febris,
Meus pés cansados me levaram à estações esquecidas.
Já não há verão, nem primavera no meu calendário.
Perdi os sonhos que guardava no bolso esquerdo do peito.
Quando ouvi a lua cantando um fado,
Quis ser como o jasmim
Que enrubesce antes da morte,
- Para renascer depois semente
Ou perfume inebriante e ardente
Que exala do corpo da eterna amada.
Antonio P. Pacheco