por isso

não incito o passado
a chuviscar meu presente
pois que a vida se ressente
a espremer-se em tal colina
lombar de minha veia aorta
num tal desmanche do cinza
dos restos mortais em cinzas

via cucis, via à porta
onde meus descompassados
passos de esparsos rastros
deixam marcas tão sem rumo
onde a vista nem alcança,
onde o siso perde o prumo
onde a ilusão descansa

por isso não incito o passado
a pisar em tons de cinza
à retidão de uma rota
onde muito além do verde
até a loucura se perde

então eu vivo o presente
em suposta liberdade
onde a nódoa da saudade
se ressente... se ressente
ressentiu se ressentia
em porções de ambrosia

T. Otoni...14 do 11 de 2012
Elane Tomich
Enviado por Elane Tomich em 23/10/2013
Reeditado em 26/10/2013
Código do texto: T4539154
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