O Nós
Ele foi morrendo devagar.
Hora com fortes dores, hora indolor.
Não foi preciso que alguém desse um tiro,
Ou mesmo empurrá-lo precipício a baixo.
Foi morrendo...
Não uma morte natural de velhice.
(Se é que isso morre de velho)
Adoeceu e foi morrendo sem tratamento.
Quase imperceptivelmente ou,
Por hora,
Golpeado nessa certeza.
Igual a uma planta que flori... flori... mas nunca é regada.
Um pouco de água e... quase deu frutos!
Mas morreu.
Como um poço que seca.
Culpa minha, culpa sua, culpa do mundo inteiro, culpa de ninguém;
E ele morrendo...
Agora já não tem nem muito o que chorar.
Tá tão desconfigurado o pobre que, melhor morrer de vez.
Situação triste.
Toda morte é ruim por mais alívio que traga.
Por mais devagar que venha.
Triste solução.
Assim,
Com tantos desenganos,
Tanto desrespeito,
Tanta falta de planos...
“Desviveu”...
Pra que eu reviva!