E o tempo passou...
 

E o tempo se foi...
Sem que eu
Pudesse perceber,
Ou pelo menos tivesse tempo
Para cerrar a porta
Para o tempo não passar...
 
Mas o tempo se foi...
Mesmo quando
De portas fechadas
Ou ainda quando entorpecido...
Ele passou, passou por baixo da porta,
Por entre as frestas das paredes gretadas,
E pelas fendas da vida.
 
Mas o tempo se foi...
Enquanto dormia
O tempo passou...
Sem denuncias, sem afliges,
Sem a sensação de perdas
Por não ter visto o tempo passar...
 
 Mas, foi este próprio tempo
Que comigo foi dadivoso,
Deu-me a vida e longevidade,
Deu-me sabedoria,
Deu-me filhos e netos,
Deu-me a vida...
Trouxe-me festas, festejos e alegrias...
 
Hoje, mesmo o tempo partindo 
Permite-me ver a prole crescer.
Mostrando-me
Que cada um tem um tempo,
O seu próprio tempo de viver.
 
Assim, vivi tempos e tempos
E vivendo neste tempo,
Vou vendo cada um vivendo,
Tirando de mim o medo
De ver o tempo correr!
 
Eu vi o tempo o passar!...
Eu vi o tempo correr
Eu vivi o tempo
Que foi meu tempo
Meu tempo de viver...
 
E o tempo ainda me diz
Que com ele, por muito tempo
No meu tempo, ainda vou viver!
 
Eu vi o tempo passar
Eu vi o tempo correr!
 
Russas, 31 de outubro de 2013.                   
Gel... O Poetinha Filho de Russas

 
Francisco Rangel
Enviado por Francisco Rangel em 01/11/2013
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