S. O. S.

S. O. S.

Temos a alma tão angustiada, faminta,

Carente de necessidades que julgamos importantes.

Tantas vezes alimentamos a ilusão

Que podemos abastecer de tudo.

A nossa fome é por tudo

Antes que outros peguem ou comprem.

Enchemos os porões da alma

Sem colocarmos etiquetas de identificação,

- Pra que serve mesmo isso?

Mantemos uma carga pesada

Numa viagem desesperada.

Ultrapassamos o limite do suporte

Sem respeitar a nós mesmos.

Amamos demais,

Choramos demais,

Odiamos sem limite

O peso do nosso corpo,

O tamanho do nosso cabelo.

Alimentamos uma dieta

Que nos deixa mais obesos.

Consumimos sem excesso

Uma enxurrada de tristeza,

Oceanos de lagrimas,

Construímos amores

Em terrenos perigosos.

Levantamos o caneco da teimosia

Como um troféu à nossa persistência;

À nossa vontade desenfreada

De insistir em algo que preciso e quero.

S. O. S.

Necessitamos elevar nosso pedido de socorro

E acreditar nele.

Pois a nossa salvação

E delicadeza conosco,

Está numa regra básica:

O que nós necessitamos

É o que nos abastece;

E é tão pouco...

Di Camargo, 28/11/2013

Di Camargo
Enviado por Di Camargo em 28/11/2013
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