VESTIDA DE ADEUS


Assim vestida de adeus
enfrento esta correnteza
que não se enquadra entre os tantos
preferidos ritos meus.

Eu, que de adeus adoeço
misturo todo aceno
num até breve ameno.

De ser avessa às certezas
misturo fim e começo
faço o passado ausente
e me tranco a sete chaves
em reuniões e conclaves
com que moldo o futuro
como se fosse presente.

Assim vestida de adeus
perco-me em iguais defesas
tantas de toda gente

e quando alguém se vai

eu sinto, uma vez mais
que sou eu a grande ausente
.