ENSAIO DE UM NOVO ANO
A sombra queima a pele de m'alma
Inflama o peito a chama da memória
Os passos respiram os caminhos
Que ainda não chegaram.
Nas curvas de um tempo voraz
Os anos riscam a lousa
Testemunham o pó do giz
Dispersados pelos pincéis do vento.
É preciso voar, mesmo não havendo asas
As feras estão se aproximando
Não há deus neste momento
Talvez não haja mais tempo.
Não existindo mais tempo
Que um riso ironize a conduta
Satirizando todo o capricho
Em dias sonho e de luta.
(em parceria com o Poeta e Acadêmico Marcos Arrébola)