Plataforma
Nessa vida passageira,eu sou o passageiro sem direção
Caminho solitário,sempre no mesmo vagão
E há tanta gente passando;eu as percebo,elas não
Todos com seu ticket na mão,com a hora e o destino
E eu perdido no tempo
Pareço um ancião que está ali só para ouvir e fazer ouvir,
alguém a-temporal,mas nem rei nem monge
Meu semblante rubro e imparcial,sentindo todos aqueles motins que passam
Contudo sou uma esponja q só absorve,incapaz de transparecer uma lágrima ou gota de transpiraçao
É o fim ou o começo
Acho que não percebi,mas o ser que eu era também passou por aqui
mas saltou na última estação
E agora eu hiberno e vejo todo esse tempo,
as mudanças e fatos que poderão vir a ser contados pelos netos e bisnetos de todos que cá chegam,mas eu sou só um passageiro que ninguém viu
Talvez eu nunca estive aqui