Espera
               Meriam Lazaro

Morreu-me um amor.
Nascerá outro?!
Porque nem tudo 
o amor descrente,
amor miúdo, vai suportar.
Por isso acaba.
A dor de espada finca graúda,
travessa mágoa
(maior do mundo!),
está na perda do amor eterno
que só a arte sabe criar.
Porém teimoso, o amor da gente,
por troça ou graça,
timidamente
espera breve recomeçar.
Eu acredito
que o amor não morre
mas se dissolve
vai pelo ar.
Às vezes corre
um tanto aflito
mas solto um grito
grande, profundo
em um segundo
sei, vai voltar.
Sempre à espera,
vem Primavera.