NINHAL

Oh, alma companheira

Que se esfacela em múltiplas faces

E parte para ver além das correntes

Do meu trabalho forçado,

Encarcerado nessa tarefa

De saber voar em corpo sem asas

Que se arrasta pesado sobre a Terra,

Os olhos filhos das estrelas,

A alma o fogo criador

No corpo carne

Que pode se romper

Diante do Ser – todo o cuidado.

Saúdo a tua volta

Ainda que voltes com cuidados

Para não me tocares ainda quente

Das energias de além do corpo...

Desta vez, o que trazes que ainda tão longe

Sinto o meu corpo se aquecer?

O menino Bruno anda pelo Campo de Fiori

E abre os seus olhos filhos da Luz...

Contará o que sabe dos múltiplos mundos

Que os nossos irmãos do escuro

Ainda querem esconder?

Dirá que é hora da humanidade saber

Que estão vivos os que matavam piamente?

Dirá que estão disfarçados os imperadores carniceiros

Em peles alvas de cordeiros

Vendendo fantasias

Para que não se abra sob os seus pés

O lugar do horror que criaram?

Vejo o menino Bruno com os seus olhos de fogo

Vindo aos meus que se desfazem em água,

Vindo à minha garganta com uma palavra,

Aquela que é temida por aqueles que sabem

Da mentira que criaram e por ela mataram

Sem sangue...

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 03/05/2007
Código do texto: T473531
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