NINHAL
Oh, alma companheira
Que se esfacela em múltiplas faces
E parte para ver além das correntes
Do meu trabalho forçado,
Encarcerado nessa tarefa
De saber voar em corpo sem asas
Que se arrasta pesado sobre a Terra,
Os olhos filhos das estrelas,
A alma o fogo criador
No corpo carne
Que pode se romper
Diante do Ser – todo o cuidado.
Saúdo a tua volta
Ainda que voltes com cuidados
Para não me tocares ainda quente
Das energias de além do corpo...
Desta vez, o que trazes que ainda tão longe
Sinto o meu corpo se aquecer?
O menino Bruno anda pelo Campo de Fiori
E abre os seus olhos filhos da Luz...
Contará o que sabe dos múltiplos mundos
Que os nossos irmãos do escuro
Ainda querem esconder?
Dirá que é hora da humanidade saber
Que estão vivos os que matavam piamente?
Dirá que estão disfarçados os imperadores carniceiros
Em peles alvas de cordeiros
Vendendo fantasias
Para que não se abra sob os seus pés
O lugar do horror que criaram?
Vejo o menino Bruno com os seus olhos de fogo
Vindo aos meus que se desfazem em água,
Vindo à minha garganta com uma palavra,
Aquela que é temida por aqueles que sabem
Da mentira que criaram e por ela mataram
Sem sangue...