A Ponte que nos faltou...
A Ponte que nos faltou...
Há muito, olho para essa ponte...
E até hoje, juro que não conseguia
entender o porque, do fascínio
que por ela fui tomado...
Mas, alguma coisa lá no fundo
do meu íntimo, ela tinha conseguido despertar...
E confuso... Muito confuso,
eu não conseguia identificá-la...
No entanto, hoje,
antes que eu me pusesse a questionar,
ela subitamente, começou a brilhar...
e a brilhar de um modo muito especial...
E sempre, quando a poesia entra em mim,
sua imagem, meu bem, entra junto.
E tudo... Tudo vai se encaixando...
É que entre nós, naquela época,
havia se interposto uma fenda...
Fenda essa, que foi o percalço
que nunca soubemos suplantar...
E hoje, mais amadurecido,
vejo que o que nos faltou naquele
tempo foi uma ponte como essa...
Brilhante e ofuscante.
Mas construída sobre os pilares
do perdão e da renúncia...
Rebocada com o cimento da humildade...
Disposta por sobre o rio formado
pelas águas barrentas do nosso orgulho,
da nossa intolerância e do nosso ciúme doentio...
e por fim, pintada com a cor do amor...
do nosso amor...
Agora sei porque ela me tocou tanto assim,
ela foi a ponte que um dia nos faltou...