Brincar com as palavras
Brincar com as palavras na calada da noite, gritos noturnos de infância perdida.
Rotas navegáveis de olhares dantescos, toscos, infinitamente aterradores.
Brilho que cega à lúcida metáfora de ladeiras tortas, metalicamente cortantes.
Reverbera os sons fabricados em favelas, mentalizadas em noites escuras.
Pactos de sangue em natureza morta, chamas que queimam o torpor.
Sono sedutor, infinitamente materializado em esgotos flutuantes.
Repartem-se lágrimas enlameadas na torturante palidez de invernos secos.
Nas roletas da aurora, cartas serão marcadas com escarros mumificados.
Um corpo jogado na imundície da estrada que leva a lugar nenhum
Pálida semente que apodrece entre a vala e a lama contagiosa.
Dentadura jogada em um copo trincado na frieza da fedentina matinal.
Pendura o varal na linha de cerol dos olhos vermelhos da pedra maldita.
Enterra o som, desliga o anonimato, morre a solidez, apodrece as entranhas!