Brincar com as palavras

Brincar com as palavras na calada da noite, gritos noturnos de infância perdida.

Rotas navegáveis de olhares dantescos, toscos, infinitamente aterradores.

Brilho que cega à lúcida metáfora de ladeiras tortas, metalicamente cortantes.

Reverbera os sons fabricados em favelas, mentalizadas em noites escuras.

Pactos de sangue em natureza morta, chamas que queimam o torpor.

Sono sedutor, infinitamente materializado em esgotos flutuantes.

Repartem-se lágrimas enlameadas na torturante palidez de invernos secos.

Nas roletas da aurora, cartas serão marcadas com escarros mumificados.

Um corpo jogado na imundície da estrada que leva a lugar nenhum

Pálida semente que apodrece entre a vala e a lama contagiosa.

Dentadura jogada em um copo trincado na frieza da fedentina matinal.

Pendura o varal na linha de cerol dos olhos vermelhos da pedra maldita.

Enterra o som, desliga o anonimato, morre a solidez, apodrece as entranhas!

Angela Leite
Enviado por Angela Leite em 16/04/2014
Código do texto: T4770890
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