Tarântula

Oscila no ventre esta náusea com pernas,

Pata por pata, palavra formada,

Palavra rasgada de proles eternas.

Perfeita rajada.

Homens são rastro, são síladas secas,

Desérticas veias escalam os membros,

Senhroas da sede e das gotas do tempo.

Sangramos em fendas.

Aqui, nossos mapas enredam as teias,

São presas mútuas à mesa da ceia,

O ferro forjado em chama fajuta,

O vento sabota nossa labareda.

Projétil partido, desaparecido,

Sem destinatário, bastardo parido,

Da areia nos lábios insulto cuspido.

A ira dispara.

Jamais se repara, nem deixa poeira,

Perigo que some, mas sempre avança,

A mais sorrateira de todas as danças.

Fraterna tarântula.

Aqui, nossos mapas enredam as teias,

São presas mútuas à mesa da ceia,

O ferro forjado em chama fajuta,

O vento sabota nossa labareda.

RF

Início: aprox. 22/04/2009

Término: de 19/11/2011 para 20/11/2011, 1h16AM

Rodrigo Fróes
Enviado por Rodrigo Fróes em 17/04/2014
Código do texto: T4771824
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