Brava Gente

Brava Gente

Brava gente! Como, brava gente?

Sonhadores de um país de homens medíocres,

Brava gente acomodada no conformismo,

Na hipocrisia e na falsa mansidão.

Porvir, porvir de que?

De roubalheira sem controle de nada,

De malfadadas esperanças, numa pátria livre,

Soberana e igualitária com seus filhos,

Que estremecem de pavor e temor,

Dos irmãos mais abastados, ou (bastardos).

Brava gente de um colosso adormecido

E coberto de vergonha.

Até quando teus filhos serão escravos

Da burguesia sem escrúpulos?

Patéticos reivindicadores de rostos pintados,

De direitos nenhum, pois se esgoelam,

Por “vinte centavos”, mas comodamente se esquecem.

De “direitos maiores”.

Pátria amada, patriazinha de ovelhas pastoradas por lobos.

Quem morreria por ti? Os pensadores,

Ou as imitações baratas dos que temos?

Mãe gentil, mas com quem?

Talvez com uns poucos, já sem dignidade,

Porque não existe dignidade em ser manipulado pelo poder.

“Filhos deste solo”, a morrerem ao abandono,

Em filas intermináveis.

E onde o que cai da mesa da burguesia

É o sobejo de bocas imundas, em forma de benefícios sociais.

Brava gente, porque brava gente?

Onde esta a bravura, em morrer numa fila,

A espera de atendimento? Medico, jurídico, social...?

Em ver seus filhos crescerem sem uma educação digna,

E na maioria das vezes sem educação nenhuma?

Não, não existe bravura num país de ovelhas pastoradas.

Por lobos, ou por canalhas.

Brava gente, bravas ovelhas, de um redil chamado Brasil.

Fernando Campos Alencar

Camaçari, 09 de Janeiro de 2014 00:48hs.

Fernando Alencar
Enviado por Fernando Alencar em 22/04/2014
Código do texto: T4778726
Classificação de conteúdo: seguro