Paciência

Tem paciência

Demoro demais

Minha presença te cansa tanto

Justo porque não te alcança

É uma alma trêmula

Pairando em te encontrar por lugares inabitáveis

Tem paciência com minha falta de tato

De me fazer sumida

Pronta para o teu gosto

Com o presente desgosto de ser apenas uma imagem desaparecida

Fui apenas uma estação primaveril

Sem a suavidade do vento

Tem paciência

Vou passando

Não joga meus braços ausentes dos teus afagos no inverso

Sem rio

Tem paciência

Preciso do teu melhor, mesmo que seja por um fio

Pequena eletricidade

Por uma cadeia

Tem paciência

Quando às vezes canto alto e te obrigo a me ouvir

Minha partida chegou no momento exato em que nunca me encontrou

Paciência, para mim...

Nunca existi neste imaginário contexto.

Verônica Aroucha
Enviado por Verônica Aroucha em 06/09/2005
Código do texto: T48019
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