Naufrágio à vista

Pobre nau, alma fustigada pelos ventos,

adernando pelo forte embater das ondas,

vais mergulhar para o fundo dos lamentos

e das saudades com as quais te assombras...

Hirta na lembrança, de repente tombas

e vais te situar nos baixios e desalentos

de mágoas que se revezam pelas rondas

à beira de corais infestados de tormentos...

Não há salvação. É só questão de tempo

e a minha nau, esta alma confrangida,

soçobrará aos vendavais do sofrimento...

Restará no mar apenas pedaços da emoção...

talvez, as velas daquilo que já foi vida...

talvez, o leme daquilo que já foi paixão...

Marinhante
Enviado por Marinhante em 10/05/2007
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