Solidão das fomes desesperadas

Esta cinza pálida. fria,enrijece, intimida

Obtura silêncios em meu silêncio dita

a luz é uma maneira de calar a rua

Eu,imerso,diluindo em um calo morte

vi de calçadas temperaturas surgindo

o rosto nu do que sabia a infinitos

Não há pior companhia que a minha

mas é a única falta que me completa

a distância do que não sou e o grito

do estar a sós e só esperaria

se a espera não fosse

colo norte

os mapas de peles passadas

almiscarados sem máscaras

mas não exalam o que sugeriam

não inflamam o que queimaram

não ruborizam o que marcaram

não assaltam o que queriam

imbuídos de findar-se foram-se

findados imbuíram-se

de amanhecer suas noites fortes

de flamear seus dias turvos

de enrijecer seus olhos moles

de armar seus ritos rudes

findos enfeiaram-se lindos

e novos novidades sem sentido

abriram seus músculos roubados

seus sorrisos próteses as não

palavras sinceras espadas parcas

esparramaram a fome pouca pouco

falada a fome pouco pouco saciada

pouca gente ouvi falar e falava a

fome pouco deixa palavra falada

deixou uma deixa de uma fome de

voz e forma depois da uniforme

solidão das fomes desesperadas

Julio Urrutiaga Almada
Enviado por Julio Urrutiaga Almada em 29/05/2014
Código do texto: T4824623
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