Visita noturna
A noite já estava quase chegando ao fim.
Ele já não a esperava, até que ela chegou.
Com ousadia, ela voltou ao sonho do poeta.
Não com a armadura de aço, nem asas tortas,
Mas com seu jeito franco e carinhoso,
Sem perder os limites de suas provocações.
Sempre buscando atraí-lo, num envolvimento gostoso.
Como sempre, a sua imagem começou a ganhar a exata dimensão,
Deixando de ser uma simples miragem, um milagre quântico,
Um sublime amor que insiste em atravessar os tempos,
Já gravado na memória da eternidade, afastando tempo e espaço.
Mas eis que surge a aurora com brilho de mais de mil sóis,
Ao poeta só resta aguardar a aproximação de uma nova noite.