Dubidade

No espelho de minha memória, vejo refletidas
As imagens de teu corpo nu, em duplicidade,
Como há dias o via, momentos de felicidade
Que vivemos juntos, antes de tua partida.

Vejo teus pés, distraídos, a se espraiarem
Por sobre os alvos lençóis de nossa cama,
Convidativos, como quando a aguardarem,
Pelos beijos que lhes dou, enquanto clamas.

Teu torso encurvado, receptivo às carícias,
Teus seios aos céus encimados, teu busto,
Teus mamilos túrgidos, mundo de delícias
Em que imerjo e neles sobrevivo sem custo.

Teu ventre casto que me ofereces risonha,
Pescoço exposto para que neles crave os dentes,
Como se vampiro incontido por entre as fronhas,
Deixando minha marca em teu corpo fremente.

Já nem mais sei o que é imagem, o que é reflexo,
No turbilhão de recordações que ora me invade,
Já não sei se são emoções de amor ou de sexo,
Estes momentos que lembrarei por toda eternidade.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 15/07/2014
Código do texto: T4883064
Classificação de conteúdo: seguro