Cidade das águas

Cidade das águas

Arrecife dos Navios

Abraçam seus dois rios

Porto de sonhos e mágoas

Pelo norte o Beberibe

Ao sul o Capibaribe

Nos seu encontro de águas

As águas dos Rios é o sangue

Adornada pelo mangue

Seu leito sinuosa veia

Percorre toda cidade

Produz vida, frescor felicidade

Nas ruas que o ladeia

As brisas que vem do mar

Nos passeios e a caminhar

Fazem corredores de vento

Refrescam seus habitantes

Sacodem as saias das moças passantes

Provocando alumbramento

Lembrando a Várzea de Bandeira

Na sua vez primeira

Nos vislumbres do passado

Causando mais saudades

Contando tantas verdades

Do amor que havia amado

Embala os sonhos do Savoy

De poemas que o tempo não rói

Com refrão de chopp e festim

“São trinta homens sentados

Trinta mil sonhos frustrados”

O refrão é sempre assim

Quando lhe invade a folia

Frevantes em barcos refugia

Do frevo de que ela é capital

Suas águas esfriam colores

Motivado por amores

Do último carnaval

Nas travessias das pontes

Mostra mil horizontes

Que seus bairros entrelaçam

A exuberante beleza

Quis assim a natureza

Premiar quem por elas passam

Recife de tantos heróis

De gente simples e polvorós

Que honram a liberdade

Fonte de sonho dourado

Tantas vezes atacado

Lega-nos dignidade

Seu movimento seu compasso

Suas ruas em linha é laço

Impõe viver fraternalmente

De amor que envolve e chama

A confissão de quem ama

E lhe adora igualmente

O seu relevo é sonho

Esses versos lhe componho

Invade-me a fantasia

Olhando suas águas

Sinto-me como um omáguas

Numa porção de alegria

Recife cidade das águas

Do coração expulsa as mágoas

Quem a ver pela primeira vez

Contempla o seu ornato

Apaixona e fica grato

Pelo bem que ela fez

Suas águas hoje canto

Inebriado de encanto

Com todo o meu coração

Exaltando sua paisagem

Mais parece miragem

Suas águas toda a sua sedução.

Março/ 2014 – Manuel Oliveira

Manuel Oliveira
Enviado por Manuel Oliveira em 02/08/2014
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