Folhetim

Sinto o tempo quebrado,

minha alma partida, o meu céu nublado.

Já não tem o brilho de outrora,

derramo passadas ao vento

talvez ele me traga algo de novo

no retorno de meu pensamento.

Há frestas de luz em meu olhar

ao alcance das Estrelas

que ainda restam...

e no plantio desta solidão

seu brilho hei-de colher...

os sois que me emprestam

os fios de Esperança

que não quero perder...!

Volteio jornais, sugo palavras

de sabor amargo de fel.

Já não há pétalas perfumadas

só rosas caídas pelo chão...

Transformadas em dores ...

onde estão as flores do Paraíso?

E aquele sorriso, que alonga a vida?

perdeu-se o siso naquela intriga...

calou-se a voz num eterno silêncio!

Virando a página ...

procura-se um anjo!

Sonhos esparramados na dor.

Num etéreo momento de luz ...

Clamam o nome de Jesus ...

Na viva chama do Amor ...

Divago sobre esta teia

num emaranhado silencioso

revolto a ideia, sem ver o fim.

Resta espreguiçar-me e sonhar

que tudo não passa de um Folhetim!

Maio_2007

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Cecília Rodrigues
Enviado por Cecília Rodrigues em 18/05/2007
Código do texto: T492376
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