Retornando ao pago

Meu Rio Grande,

tão grande, tão meu!

Voltei ao meu pago

que quase esqueceu

do filho sumido, ingrato!

E refaço o retrato

que o tempo apagou.

Tanto tempo passou,

o filho retorna à casa adorada,

mas o vício da estrada

me acompanhou.

Sem o dom do descanso,

voltei ao remanso

para reabastecer.

É aqui, no meu pago querido,

meu recanto escondido,

que carrego as pilhas,

mato a saudade das filhas

e recomeço a andar.

Nesse meu caminhar.... tão insano,

errado, humano...

tão fiel... tão profano!

Sou mais velho agora,

a rapidez de outrora

se esconde de mim.

Então sigo assim,

devagar como o corpo permite,

para um andarilho que insiste

em nunca parar.

helio ahcor
Enviado por helio ahcor em 11/09/2014
Código do texto: T4958149
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