Tsunnami

Te olho...

Me questiono,

Porque você me atrai tanto?

Respondo:

Essa velada indiferença

Essa presença –ausência

Este frio-calor nos olhos

Tudo isso mesclado a minha carência,

Faz surgir em você,

O que de mais precioso tenho na lembrança

Um amor que quis e não tive,

Um homem que nunca conquistei...

Um ser epistêmico talvez...

Você me atrai, não nego

Sua atenção, quero inteira para mim... em mim!

Mas te sinto vago... Distante, enfim.

E não estou falando da geografia, esta é real!

Sinto que você é como a hera que sobe no meu muro

Linda no contexto que se olha de longe

Mas se observada de perto

As formas entrelaçadas mostram a armadilha que prende

E enrosca os sonhos, cobrindo com sua personalidade-planta

Toda a extensão do viver de alguém...

Você me atrai...

Pois aprisionei meu prazer, restrito a zona de risco

Renegando as sensações, ao deleite da entrega

Você me desperta o desejo e o medo...

Medo de me perder de mim mais uma vez

E quem sabe nunca mais me encontrar.

Reneguei a paixão

Mais meus olhos de “vê”, te fisgaram

Como só um desavisado peixe o faz....

E em busca da isca

Faz seu caminhar para morte....

Trágico? Melodramático...

Extremamente para sua prática mente

Mas poético e fatal para meu lírico olhar

Mundo distantes o meu e o teu...

Percebi esse abismo quando te vi, senti, provei...

Sim, provei sua imagem com a fome selvagem

Dos prisioneiros da sede, da fome, no deserto...

No meu caso de sexo e sonhos.

Busquei em você,

O que perdi no passado

Que tatuado em minha memória me faz, querer te ter.

Prender... tua atenção, teu desejo, paixão... Você!

Fui resgatada pela misericórdia de Deus,

Pelo seu amor infinito e terno

Mas o que resta em mim da “fuga do Egito”

Me faz querer banhar-me em tuas tumultuadas e gélidas águas...

Pois é assim que admiras o mar... No seu poder de naufrágio,

No forçar luta por manter-se acima das ondas

Olho você exatamente assim,

Como um mar a ser conquistado,

E vejo você por teus olhos...

Teu refletido olhar de tela-tempo-espaço meu quântico amor!

Tudo, me leva(levou) a você e sua personalidade indomável!

A sua imagem num movimento gelado e dividido

Sua bilateral atenção, bifurcada visão...

Sim, pois não permite-me tê-lo só meu

Você se dividi consigo, e com o que mais

Te convier atentar, pelo olhar!

O meu calor te atingiu no início do fogo

Chamas de curiosidades se fazem presentes na tua libido

Mas as brasas são espessas como sua volatidade de desejos

Então interiorizo o meu querer

E fujo de você,

Pois percebendo os sinais de tsunami,

Quem não correria da destruição?

Pois tenho medo de quem se atêm a destruição do corpo

Mas não dos sonhos, logo, da alma...

Mas mesmo assim ainda te quero... Quando te olho!

Você é o mar que admiro ao longe,

Mas o que quero mesmo, é mergulhar

Por isso tem fugido de lançar

Lânguidos olhares ao mar!

Observadora
Enviado por Observadora em 05/10/2014
Reeditado em 16/01/2016
Código do texto: T4988490
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