Senso

A parede pegou meu grito

em sua esponja concreta

quebrou a lâmina de frase

prendeu a gaze

que enrolava o redemoinho

A parede catou a alma do eu menino

E secou o manancial dos olhos

que admiravam a chuva crescendo no horizonte

A parede deixou-me escapar pelos furos dos tijolos

E hoje eu sopro a minha alma balão

Hoje eu escuto o eco e pancada sistólica

Que habita nas cavidades do meu coração