Tu me confundes


Já não sei como te tratar, se como mulher,
Quando te mostras como fêmea, ávida, culta,
E te lanças em meus braços, sem desculpas,
Ansiosa para amar, pronta para o que der e vier,

Ou, então, se te trato como és, mera criança,
Que se aninha em meu colo, buscando proteção,
Com lágrimas nos olhos, de mais pura emoção,
Rolando por tua face, emoldurada por tranças.

Nesta dicotomia que és e que tanto me fascina,
Nestes arroubos de felicidades que exprimes,
Quer como mulher, quer como criança, te eximes
Na profusão de sentimentos de mulher e de menina.

E, cíclica, te alternas nesta infinita barafunda,
Sem te definires se, para aplacar teu desejo,
Te ponho de dorso e a cubro de dolentes beijos,
Ou, então, te dou umas palmadas na bunda...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 20/10/2014
Reeditado em 23/10/2014
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