Práxis

Às vezes eu queria estar sentado

Neste sofá que não há lá em casa

Livrando-me do bucólico alcoolismo [mental

Livrando-me dessa pá de lodo

Do modo normal de estar incômodo

Desta rima vulgar e da espera

Do amor copiado no papel de seda

Na linguagem ruidosa das pedras

E mascar uma vez mais o que dá asco

Como uma tesoura roçando o papel em pedaços

E vendo essa plebe vestida de muda

De esperança e metamorfose

E os dentes emporcalhados de branco

E eu limpando os olhos com xingamentos

Julio Urrutiaga Almada
Enviado por Julio Urrutiaga Almada em 27/10/2014
Reeditado em 22/04/2019
Código do texto: T5013591
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