Abismo Azul

E brame a noite em soluços uivantes

Ranger de dores devassam a alma

Na vida do sol a arder na pira,

Espectro andante, túmulo frio

A balançar no lúgubre universo.

E vaga a lua no breu do jardim

Aos pés da alma da escuridão,

E grita o ser, arqueado em gemidos,

Nas cinzas geladas do coração.

E ninguém surge a amparar a dor

Nem anjo alado, nem braços feitos,

Sozinho o ser afunda no abismo

Envolto em mortalha azul,

Sorvendo ali o veneno para morrer...

Maria
Enviado por Maria em 26/05/2007
Código do texto: T501662