A ninfa e o sátiro


Nos momentos em que te imagino a fugir, nua,
Pela floresta, como se fosses simples bacante,
E eu, sátiro, te tomo como se Pan, teu amante,
E nos lançamos ao amor, em festa, à luz da lua,
Sinto desvanecerem, em ti, todos teus receios,
Ao me apropriar de teu corpo alvo como de ninfa,
E sentir que em teu mamilo a aréola rosada se infla,
Ao sentir o ardor de meus beijos em teus seios.

Minhas mãos crispadas percorrem teu corpo,
Ávidas a te manterem contida, à linha da cintura,
À procura de teu cerne mulher, suprema aventura,
A que me lanço presto, em espasmos de torpor.
E te sinto desfalecer em meus braços que te retém,
Entre suspiros incontidos de teu êxtase mais puro,
Vislumbro teu sexo que exala, como figo maduro,
O doce néctar a rolar por tuas coxas, não se detém.

Mergulho na placidez de teu ventre onde me acolho,
Prisioneiro destes anseios, com que me clamas,
Em repetidos sussurros, quando dizes que me amas,
Ao me penetrar em teu cerne, onde me recolho.
Na frenética batalha em que sempre nos lançamos,
Como a de Pirro, sem saber se vencido ou vencedor,
Realizados, extasiados ao encontrarmos neste amor,
A comprovação da infinitude com que nos amamos.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 03/11/2014
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