Poema 0121 - Uma quase noite

Foi-se com a primavera, a alma,

a que amava.

Ela, a mulher que não falou de amor,

simplesmente sorriu...

A tarde fecha os olhos, é noite,

meu corpo está à tarde, quase noite,

perdi as asas que iam até ao céu,

longas, flutuantes, sem sair do meu chão.

Lembro-me do vento no rosto, as vozes,

todas as juras perdidas no espaço vazio,

e os olhos...

Fechou-se a tarde, sou quase noite.

Não há mais estrelas, nem nuvens,

o céu se foi para o desconhecido,

nego-me a olhar, me nego sim,

o azul esmeralda se dissolveu da memória.

Em minhas costas o peso da saudade,

as asas perdi-as em um último vôo,

perdi no coração da primavera,

era meu teu coração, meu e teu...

07/01/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 24/02/2005
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