O nascer da poesia

É verdade...

Poesia brota da alegria,

da tristeza,

da indignação,

de qualquer mísero pingo

da alma correnteza.

Estranho, mas brota da incerteza,

do medo,

da carência e solidão.

Da janela aberta para a feiúra do outono

ou à luz do sol de verão.

É verdade...

Poesia nasce do grito de agonia,

da ansiedade, do desejo, da euforia...

na noite descabelada

de uma crise-depressão.

Nunca foi somente flores, amores,

incríveis paixões

e nunca, apenas as tormentas

das grandes desilusões.

Poesia é torrente de palavras

encaixe de versos ou não.

Poesia, simplesmente é.

Não importa como escritos

esses sentimentos crepitantes

ou nascidos nas baixas marés.

Poesia é experiência da alma

cantada ao ritmo do coração.

No entanto, o mais importante

é a semelhança

ao nascer de estrelas,

rebrilhando o céu das noites

das nossas sensações.

Parece até que os astros surgem

da poesia nascida da mente,

como divino presente

àqueles que sentem.

Mas, não importa como nasce...

Inexplicavelmente nasce,

do dom as vezes instável

que vai e que vem.