Constância do transitório

Beije a minha seda

E case com a sua audácia,

Leve consigo o meu ardor

E esqueça aqui as ruas molhadas

Dance nos bares em que morei

E deixe-me laçar os meus dedos,

Costure os seus risos

E destrua as minhas verdades

Seja o que eu sempre fui

E brinque de nunca estar,

Goze das minhas tragédias

E deixe estar as suas mentiras

Vaze como o vinho das uvas

E ame as meninas de puras luxúrias,

Tome posse dos palácios de penas

E ofegue sobre os vidros daquela outra janela

Rosne os seus anseios

E toque os pianos de pretas caudas,

Finja ser o que eu sempre quis

E abandone as coisas como estão.

Stephanie Correia
Enviado por Stephanie Correia em 03/06/2007
Código do texto: T511766