Lembro de ti

Lembro de ti como se o ontem

se abrisse omenso e incomparável,

lâmina d'água de mágico reflexo,

mostrando um tempo inesquecível...

És ainda aquela menina tímida,

escondida atrás de um par de olhos,

translúcidos, como gotas de orvalho

que se mostram aos poucos, lentamente...

Lembro de ti como se o ontem

se ofertasse à memória lirial e viva

das coisas que apenas lá ficaram

sem perder o brilho e a transparência...

És ainda aquela visão maravilhosa

da aura vespertina em rico adejo,

asas de sonhos agitadas ao vento

na afirmação lírica do pleno encanto...

Lembro de ti como se o ontem

se fizesse o sempre, vasto, irretocável

em seu ansioso ir e vir de sombras

recortadas contra o muro da saudade...

És ainda aquela figura de aquarela,

linda pintura que ousei em versos,

precioso verso que esculpi em ouro,

o ouro puro de um amor inextinguível...

Marinhante
Enviado por Marinhante em 05/06/2007
Código do texto: T514736