PERDIDO EM MIM
Sou em mim e não me encontro,
Procuro-me e não me acho.
Sou um labirinto, sou o vácuo,
E a minha alma chora em negro.
Não existo no tempo
E vagueio eternamente no espaço.
Fingo que vivo e só amo
E ninguém me ama; negro fracasso.
Entrego-me ao meu destino
Mesmo que nele não acredite.
Não tenho presente, abomino o futuro.
Se me perco a mim, quem mais existe?
15 de Dezembro 1991