Benedito

Ele sentado e concentrado
No banco da praça
Soprava sua flauta despreocupado.
Pouco importava se chamava a atenção
Que dele achavam graça da música
Que tocava de coração.

Uma pessoa inocente.
Diferente de muita gente
Que ficava admirado do som
Que conseguia.
Pois dizia  que estudava
E esse era o motivo que muitas músicas
Ele tocava todo o santo dia.

Sentia uma pessoa vitoriosa.
Ajuda, ele teve e o instrumento comprou.
Ensaiava uma música diferente
Para tocar com carinho e afeto
Para quem o ajudou.

Não quis saber de conversa.
Compromisso, já estava marcado.
Levantou-se e na primeira esquina
Sumiu todo apressado.

Fiquei parado sem nada comentar.
Só fotografei e sua foto arquivei.
Pois sei que futuramente muita gente
Dele vai perguntar e seu retrato mostrarei.

Para muitos, ele é um pobre coitado e esquisito.
Que sem dignidade e com falsidade
Não chamam pelo nome deixando-o
Aborrecido e aflito.

Fica nervoso e tristonho.
Sai falando sozinho dizendo
Que foi registrado e batizado
Com o nome de "BENEDITO".



Osvaldo Luis



B elo exemplo de sopro de vida registraste
E pela maneira como a colocaste
N este pobre e rico homem
E ntoando a sua flauta
D ando ao dia o seu bom dia
I sto é dom sendo partilhado
T udo que tinha ele ofereceu e
O desrespeito o que lhe rendeu

Angélica Gouvea


 
ANGELICA GOUVEA e OSVALDO LUIS
Enviado por ANGELICA GOUVEA em 19/03/2015
Código do texto: T5175794
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