Derradeira hora
Por esta noite solitária a minha voz clama
Ecoando pela vasta escuridão toda enevoada,
Uma voz entristecida e louca que a chama
E de ti não tem resposta ó mulher amada.
Todos os meus porques da extinção da flama
Ecoam pelos ares da meia noite assombrada,
Ao sentir que chafurda no charco e na lama
O amor que mantinha minha vida iluminada.
Esta angústia no meu peito ainda prospera
Envolucrando-me a forma vil maligna esfera
Que foi diminuindo aos poucos a minha luz,
Do quarto, de uma maneira terrível e sonora
Fecha-se a porta anunciando a derradeira hora
Do moribundo amor que a ela não mais seduz.