À luz de velas

um dia precisei rasgar a alma

o frio cobria tudo

[quis renascer]

o casarão era velho

a voz era gasta

eram feitos de véspera os tons do meu sonho

[obedecia-lhe quase que cegamente]

fechei os olhos

respirei com calma e

pela fresta dos lábios

deixei o céu entrar lentamente

[eu quis aquela luz inteira em mim]

atrevia-me a compor

mesmo que poemetos

[precisava me alimentar]

havia uma profunda vontade de chover

e enquanto esperávamos o prato quente

líamos o soneto de Ben

como diversão imprescindível

[mistérios de um autor]

brincadeiras à parte

gosto em comum

juntos à luz de velas

[nos amávamos]

Benilton
Enviado por Benilton em 05/08/2015
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