Quando morri
A primeira vez que morri
teus olhos fitaram com ânsia
a cruel inocência de uma criança
E tua venenosa mão
assassinou minha infância
A segunda vez que morri
Teus olhos fitaram minhas tranças
Teu monstro desejo inflamava
E tua falta de juízo
assassinou minha confiança
A terceira vez que morri
hipnotizei-me por teu olhar
tão negro quanto tua alma
e tua enganosa palavra
assassinou meu primeiro amar.
A quarta vez que morri
escolhi-te na multidão
entreguei-te meus sonhos e segredos
e tua traidora mentira
assassinou meu coração
A ultima vez que morri
Já nem me lembro mais
Cada dor, cada ferida
Carrego cravados no peito
Até que um dia eu fique em paz.