PARADOXALMENTE...

 
Foi-se o inverno...
Nasceu a primeira flor...
Eu a vi... Um milagre tão terno!
Milagre de primavera[...]    no sepulcro da neve”...
Ah! Vinicius de Morais,tu já sabias?
Que ela brotaria das trevas, dos ais...
Extremamente mágica...
E por isso versou o riso
como uma flor aberta ao vento
ou uma música entre pétalas...
Essas fantasias que vão se criando
quando as flores nascem...
Se não me engano era uma margarida
numa inocência tão simples e macia,
tingindo a brancura da aurora.
Paradoxalmente tão doce e tão necessária!
Mas ainda tão inexperiente
do bem que farias aos meus olhos...
E foi eu que me perdi decompondo
meu próprio riso....
Mistério maior...
Pois cheguei a pensar fosse eu,
uma pétala amarela, expulsando a treva,
e buscando a luz que se acendeu,
na certeza da vinda de uma primavera
que diviso, ainda tímida,
abrindo caminho depois do frio...





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