Só por Deus!

Só por Deus!

Às vezes toma-me de assalto o peito sentimentos que me colocam á prova toda minha sanidade. São como garras afiadas a me espremer o coração, lacerando-le as carnes, fazendo-o sangrar. São goles amargos das águas da vida que inevitavelmente tenho que beber com caras de riso. São farpas agulhadas que perfuram a alma arrancando dela seus mais profundos ais escondidos no choro calado.

São sentimentos de derrota que amargam o dia tintam de preto o sol, apagam a luz, embotam-me a visão levando-me á uma dimensão onde tudo é maior que eu, e dando-me a impressão que a nada mais sou capaz de vencer e nem mesmo de competir. São em dias assim que o que mais conta é a fé, aquela de que me esqueço nos dias de bem, essa mesma que nessa hora me salva!

Santaroza